por Alice A. Bailey
Ibn Arabi, pólo espiritual de sua geração |
"Um dos Mestres nos diz que
toda uma geração de inquiridores pode somente produzir um adepto. Por que deve
ser assim? Por duas razões:
"Primeiro: o verdadeiro
inquiridor é alguém que aproveita da sabedoria de sua geração, que é o melhor
produto de seu próprio período e entretanto que permanece insatisfeito e com
a aspiração interior pela sabedoria não acalmada. Intui alguma coisa de
importância maior que aquele conhecimento e algo de maior importância do que a
experiência acumulada de seu próprio período e tempo. Ele reconhece um passo
adiante e procura dá-lo para ganhar algo e acrescentar à cota já ganha por seus
semelhantes. Nada o satisfaz até que ele encontre o Caminho e nada apascenta o
desejo no centro de seu ser exceto aquilo que se encontra na casa de seu Pai.
Ele é o que é porque experimentou todos os caminhos menores e os achou insuficientes
e submeteu- se a muitos guias somente para achá-los ‘cegos guiando outros
cegos'. Nada lhe é deixado senão tornar-se seu próprio guia e encontrar seu
próprio caminho para casa sozinho. Na solidão que é o mote de todo verdadeiro
discípulo nascem o auto-conhecimento e a autoconfiança que o ajustarão, por sua
vez, para ser um Mestre. Esta solidão não é devida a nenhum espírito separativo
mas às próprias condições do Caminho. Os aspirantes precisam ter em mente esta
distinção com cuidado.
"Segundo: o verdadeiro inquiridor
é aquele cuja coragem é daquele raro tipo que capacita seu possuidor a permanecer
ereto e a soar sua própria nota clara bem no meio do turbilhão do mundo. Ele é
alguém que tem seu olho treinado para ver além das névoas e miasmas da terra
até aquele centro de paz que preside todos os acontecimentos da terra e aquele
ouvido treinado atento que (tendo recolhido um sussurro da Voz do Silêncio) se
mantém sintonizado com aquela alta vibração e é assim surdo a todas as tentadoras
vozes menores. Isto novamente traz solidão e produz aquele distanciamento que
todas as almas menores evoluídas sentem quando na presença daqueles que estão
caminhando adiante.
"Uma situação paradoxal surge do
fato de se dizer ao discípulo para inquirir o Caminho e no entanto não haver
ninguém para apontá-lo. Aqueles que sabem o Caminho podem não falar, sabendo
que o Caminho é construído pelo aspirante como a teia a partir do próprio
centro de seu ser. Assim, somente florescem como adeptos em qualquer geração específica
aquelas almas que 'tenham pisado o lagar da fúria de Deus sozinhos' ou que (em
outras palavras) tenham esgotado sozinhos seu karma e tenham inteligentemente
assumido a tarefa de palmilhar o caminho."
.
Alice A. Bailey; Um Tratado
Sobre Magia Branca, págs. 456-7.
Veja também “Ketub – o eixo espiritual do Mundo”
.
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