A Arca da Sabedoria das Idades como laboratório cultural da
Idade de Ouro
Ainda que a perfeição da
cultura humana se perca facilmente sob os véus da ignorância assim que a
humanidade estabelece maiores poderes e autoconfiança ante o seu destino, a
Escola Iniciática permanece todavia como Arca de Sabedoria navegando incólume
através das águas da cultura-de-massas através dos milênios.
Por esta razão o trabalho
das ordens é valorizado pelas forças da luz, como a semente que aguarda sob o
gelo do inverno até que desponte novamente a primavera da luz.
Os códigos iniciáticos guardam
recursos capazes de compensar os desvios da educação e da corrupção social,
para assim atualizar a consciência e recuperar os tempos perdidos.
Da mesma forma, as
sucessivas iniciações possuem uma exata correspondência com todas as grandes
estruturas culturais humanas, seja as raças-raízes ou as classes sociais, assim
como as próprias faixas etárias da condição humana individual.
Por esta razão, as
iniciações também representam uma recapitulação da evolução humana em geral, e
em todas as escalas de tempo. Este é, pois, o grande segredo da preservação
humana –a magia da consciência.
E com relação ao próprio
tempo, reproduzem da mesma forma a espiral cósmica de aceleração exponencial da
evolução natural e cósmica, daí os ciclos das iniciações humanas estarem
representadas em muitas escolas pela espiral e suas variantes geométricas e
naturais como são o cone e a concha. Tal coisa está esotericamente representada
pela Tetraktys pitagórica 4-3-2-1,
base simbólica e matemática do Programa Iniciático desta grande Escola de
Sabedoria que reúne os saberes esotéricos da Índia e do Egito...
Ruínas da Cultura de Ouro
Da antiguidade Perdida
pouca coisa restou incólume, senão alguns dos seus tantos e majestosos
monumentos, mormente incompreendidos pelos modernos para quem se trata de
esbanjamento de material e de trabalho humano, quando nós sabemos que, na
verdade, retratam uma condição de grandeza e de esplendor cultural que merecia
ser eternizado e para o qual o homem comum de bom grado oferecia os seus
préstimos na esperança de assim se aproximar das praias douradas do Oceano da
Infinitude no qual se banhavam os Imortais.
Não estamos é claro
propondo o resgate de nada disto, o tempo para tal coisa passou e foi bem
utilizado. Hoje podemos mais facilmente projetar obras de magnificência
cultural, com poucos recursos materiais e muitos conteúdos humanos e
ontológicos - algo como o próprio Templo da Humanidade... afinal, o ser humano
já está pronto para alcançar a iluminação verdadeira e a decorrente
imortalidade da consciência prometida pelas grandes sabedorias e pelas maiores
profecias.
Mas também para isto,
podemos encontrar referências em tempos mais antigos. Pois da mesma forma como
os grandes edifícios antigos resultaram em ruínas soberbas e por vezes até
formas quase intocadas –como é o caso das Grandes Pirâmides!-, eles também nos
legaram indícios de construções culturais de magnífica sabedoria e unidade, as
quais com alguma boa vontade podem ser facilmente reconstruídas e adaptadas
pera um Futuro Maior da humanidade...
Neste aspecto, nós apelamos para certas
culturas que porventura testemunham traços destas grandes edificações
culturais, ainda que desfiguradas naturalmente pela poeira das Idades. Falamos
da Índia Eterna em particular, onde existe inclusive a noção –retomada pelo
Budismo e outras tradições anexas ao Hinduísmo- de que a Roda da Lei não
necessita ser reescrita, mas apenas recolocada em movimento...
A este respeito, falamos
mais acima da pirâmide numeral da Tetraktys.
Ora, estruturas semelhantes se acham disseminadas pelas mandalas hindu-budistas e
no calendário mundial do Manvantara, o qual pode ser perfeitamente empregado
como um calendário iniciático! Toda a alegoria dos manus e das raças, podem
fazer referência –se se quer- aos ciclos esotéricos da iniciação humana.
Neste contexto é que entra
igualmente o varnashramadharma de que
temos tratado amplamente já, como em nossa obra “Brahmanismo - a síntese social“, além de muitas outras matérias e artigos presentes em diferentes obras
e na mídia.
A ideia é que o sistema de
educação permanente (chamado ashramas)
de caráter sócio-iniciático que fundamenta o livre e universal desenvolvimento
da consciência segundas as vocações naturais das pessoas, acomodando-as em
classes naturais segundo a sua expressa capacitação manifesta, foi a certa
altura subordinado às classes de nascimento (tornadas assim castas ou varnas) deixando de ser condicionador
para se tornar um simples agregado cultural da sociedade hindu.
Não é tão difícil no
entanto retirar a poeira das idades sobre tais preciosas estruturas culturais,
cabe apenas aplicar incialmente as suas verdades em pequenas sociedades-laboratórios
para que readquiram o seu viço e possam mostrar para a sociedade humana a sua
beleza e esplendor, na configuração de um novo modelo de humanidade, já que é
disto que se trata em última análise todos os verdadeiros projetos sociais
superiores.
E aqui entra a chamada “Reabertura
das Escola Iniciáticas na Nova Era”, abertura que atua na verdade em dupla-mão,
servindo para ingressar e para sair a fim de levar ao mundo as Verdades Eternas
da Tradição. Mesmo porque surge agora mais que apenas uma nova era, mas toda uma
nova raça-raiz em formação.
webersalvi@yahoo.com.br
(51) 9861-5178 e (62) 9667-9857
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FILOSOFIA PERENE – O UNO E O TODO
A REPÚBLICA DOS FILÓSOFOS
ZAS - ZONAS AUTÔNOMAS SUSTENTÁVEIS
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