“Ashramas” são os estágios de vida capacitadores das experiências
sociais de excelência que eram as castas (“varnas”) originais (que por isto
eram emanações de Manu, o Mentor racial), constituindo um verdadeiro sistema de educação permanente de
acepção iniciático-espiritual no Brahmanismo e, portanto, alavancador de
mobilidade ou evolução social, regido pelas vocações manifestas e sem imposição
de metas sociais, “apenas” com liberdade plena e igualdade universal de
direitos. Estes quatro estágios-de-vida são: estudante (brahmacharin), doméstico
(grihastha), instrutor (vanaprastha) e renunciante (sannyasin). O nome completo
deste sistema social é varnashramadharma, que pode ser traduzido como “lei das
castas cíclicas” ou “lei da educação social”, e consta nas “Leis de Manu” (Manavadharmashastra).
Esta grande “utopia” social védica se perdeu, não obstante, pela
interposição humana de “jati” (nascimento) como fator de cristalização social,
face o preconceito racial e outros aspectos materialistas, como apego às
riquezas, o desejo de privilégios, etc. Para isto chegar a ser possível, as
próprias “Leis de Manu” foram adulteradas; após alguma revolução qualquer ali
suscitada ou por decreto de alguma dinastia mais ambiciosa, num verdadeiro
conluio entre as classes superiores (que já nem eram tanto assim...) que
simplesmente privou a classe trabalhadora (ou serviçal, os sudras) do único
ashrama a que teria direito, a condição de estudante, solapando assim as próprias
bases do dinamismo social. Uma das razões pelas quais se diz haver sido o
Budismo varrido da Índia continental, foi pela pregação do Buda contra este
sistema de castas corrompido, coisa que mais recentemente o Mahatma Gandhi retomou.
Os ashramas são a alma das castas e eram a sua razão-de-ser, porém a
certa altura as castas adquiriram “vida própria”, baseadas em linhagens
hereditárias e não mais na dupla vertente ashrâmica capacitação-vocação, ashramas
estes cuja simples existência até os nossos dias (ainda que sujeita a
“jativarna”), testemunha a nobre intenção de organizar uma sociedade superior
onde a educação e a espiritualidade sejam as suas premissas fundamentais.
Numa sociedade livre, onde o trabalho e o serviço sejam uma base
universal, sem privilégios de nascimento de qualquer espécie, tudo isto pode vir
a ser restaurado para se configurar uma Idade de Ouro da cultura, sob a égide
da verdadeira Sabedoria das Idades, ao invés de sujeitar a humanidade ao látego
das revoluções materialistas sangrentas de Kali Yuga, incapazes de dobrar a
curva do século face a sua arquitetura acéfala alicerçada no preconceito
cultural.
Ver também
Classes sociais & estados-de-consciência: correlações originais
Ver também
Classes sociais & estados-de-consciência: correlações originais
Ver mais em "Brahmanismo - a síntese social", LAWS, Ed. Agartha, AP
Luís A. W. Salvi é autor polígrafo com cerca de 150 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.
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